terça-feira, 4 de maio de 2010

Vai me entorpecendo como uma droga psicotrópica, muda meu humor, relaxa minhas defesas. Dois corpos em situação adversas ao ambiente, sendo elevados, em silêncio, onde as únicas coisas escutadas são os barulhos das máquinas entre suspiros e sussurros.
Então ele me leva com ar de bondade, fecha a cortina e a porta, deixando poucos vestígios de luz; anda até a mim e abre a outra porta, em meio a pancadas e sua mão segurando fortemente os portões. Entra sem pudores, junto a orgãos palatórios - que fazem uma dança distante, imoral e francesa - e táteis
E me imobilizo com você em meio as minhas pernas, te prendo, te sugo, te cravo com garras, rabisco nas suas costas um arco-íris vermelho, vários!
Você vai encontrando dentro de mim o norte e o sul, por vezes o leste e o oeste, e sorri, e me beija, e espreme os olhinhos junto ao silêncio dos seus lábios mudos que tento decifrar como prólogo do êxtase. Vai me mutabilizando dentre posições afora
E no topo da montanha, na maior altitude, onde se reflete o mundo na poça fria, de moléculas quase que imóveis, fomos descendo com o calor das moléculas que se bateram, hiperativas, como um vulcão que derramou sobre meu tronco sua lava após a erupção, quente, que se contraiu e agora a deixou, cheia de saudades e com a porta arrombada.

Volta.



Por Bárbara Lima Machado.